Quem fez a sua roupa? É com essa pergunta que começamos a falar sobre o movimento que está revolucionando o mercado da moda.
Foto: Geo Cereça / Divulgação / CP
Você já se perguntou quem cria as ruas roupas? Ou já parou para pensar quantas pessoas estão envolvidas na produção e no processo de cada peça que chega até o seu guarda-roupas? A discussão sobre o consumo consciente na moda e a necessidade de se praticar o slow fashion vem ganhando cada vez mais espaço não só entre os consumidores e admiradores da moda, mas também nas empresas, confecções, produtores e fornecedores.
No dia 24 de abril de 2013 nasceu o movimento Fashion Revolution no Reino Unido, mas o nascimento se deu devido a uma tragédia que marcou essa data, a queda do Edifício Rana Plaza em Bangladesh. O Edifício abrigava 5.000 funcionários de confecções que forneciam peças de roupas para marcas como H&M, Primark, The Children’s Place, Monsoon, Camaïeu, Auchan, Tex (Carrefour), DressBarn, entre outras 21 etiquetas encontradas.
Durante a tragédia, 2.500 funcionários foram mortos subterrados e 1.133 feridos, ao todo foram presos oito envolvidos diretamente no caso, incluindo o proprietário do edifício. O caso ganhou repercussão internacional na mídia e foi documentado no longa The True Cost (2015) que retrata as condições desumanas dos funcionários que trabalham para confecções que financiam a mão de obra escrava.
Foto: Trabalhadora em Dacca, da exposição "Dignity Industry", do fotógrafo J.R REUTERS/Andrew Biraj
Essa cadeia de produção movida a exploração criou o mercado do fast-fashion que comercializa peças ligadas as tendências, descartáveis, com péssima qualidade de material e acabamento. Para reduzir os impactos ambientais, tratar com seriedade as condições de trabalho humano, valorizar financeiramente a carga horária de cada funcionário e criar com responsabilidade peças duráveis é necessário que nós, consumidores finais, possamos perceber a responsabilidade que carregamos ao escolher o que queremos comprar.
O Fashion Revolution é composto por designers, acadêmicos, escritores, líderes empresariais, formuladores de políticas, marcas, varejistas, comerciantes, produtores, fabricantes, trabalhadores e amantes da moda. Qualquer pessoa interessada nas mudanças propostas pelo movimento pode fazer parte dele.
Para relembrar a tragédia de Bangladesh, todo dia 24 de abril de todo ano acontece ao redor do mundo o Rashion Revolution Day ou Fashion Revolution Week, um evento que apresenta ao longo da semana workshops, roda de conversas, palestras, desfiles, oficinas e exposições. Você pode conferir em qual espaço o evento acontece na sua cidade ou no seu estado.
*Tradução: Quem fez minhas roupas?
Você também pode participar do Fashion Revolution Day postando uma foto nas suas redes sociais com a etiqueta aparente, marcar a marca da peça e questionar quem fez a sua roupa. O mesmo pode ser feito em forma de agradecimento a alguma marca que você conhece e acompanha as formas de produção ética e transparente.
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