Dia 8 de março é o Dia Internacional das Mulheres, mas a data foi conquistada através de muitas lutas, manifestações e mobilizações de cunho agressivo e exaustivo. A data em questão recorda o acidente causa na indústria têxtil Triangle Shirtwaist Company, em NY, resultando na morte de 146 pessoas (sendo elas, 125 mulheres), mas não parou por ai.
As causas desse incêndio foram as péssimas instalações elétricas associadas à composição do solo e das repartições da fábrica, além da grande quantidade de tecido presente no recinto, o que serviu de combustível para o fogo. Alguns proprietários de fábricas da época, incluindo o da Triangle, trancavam seus funcionários na fábrica durante o expediente como forma de conter motins e greves.
Inicialmente, as greves e manifestações tinham como intuito melhorar as condições de trabalho das mulheres e conquistar o direito eleitoral. O movimento feminista, que ganhava cada vez mais força, e as demais associações de mulheres, capitalizaram essas manifestações de modo a enquadrá-las à agenda revolucionária. Foi o que aconteceu em 8 de março de 1917 na Rússia com a queda da monarquia czarista e a forte revolução feita pelas operárias das tecelagens.
A data foi de fato oficializada pela ONU em 1975, Ano Internacional das Mulheres, como uma ação voltada ao combate das desigualdades e discriminação de gênero em todo mundo. Mesmo após anos de luta, o dia 8 de março é um convite para refletir no papel da mulher dentro da sociedade, nas relações afetivas e familiares, no mercado de trabalho, na luta de classes, enfim, na desigualdade de gênero ainda existente.
Para compreender ainda mais a importância do feminismo e das discussões que abrangem o assunto, separamos uma lista de livros incríveis e escrito por mulheres:
1. O Conto da Aia
O romance distópico "O Conto da Aia", de Margaret Atwood, se passa num futuro muito próximo onde a mídia e os direitos deixam de existir, sobrando apenas um Estado de totalitarismo onde as mulheres férteis são propriedades do governo e as demais, consideradas inúteis, são anuladas por uma opressão sem precedentes. Com esta história assustadora, a autora leva o leitor a refletir sobre liberdade, direitos civis, poder, a fragilidade do mundo tal qual o conhecemos, o futuro e, principalmente, o presente.
2. Mulheres que Correm com o Lobos
Os lobos foram pintados com um pincel negro nos contos de fada e até hoje assustam meninas indefesas, mas nem sempre eles foram vistos como criaturas violentas. A analista junguiana Clarissa Pinkola Estés acredita que na nossa sociedade as mulheres vêm sendo tratadas de uma forma semelhante. Ao investigar o esmagamento da natureza instintiva feminina, Clarissa descobriu a chave da sensação de impotência da mulher moderna. Seu livro, Mulheres que correm com os lobos, ficou durante um ano na lista de mais vendidos nos Estados Unidos. Abordando 19 mitos, Estés mostra como a natureza instintiva da mulher foi sendo domesticada ao longo dos tempos. O livro é considerado um clássico dos estudos sobre o sagrado feminino e o feminismo.
3. Quarto de Despejo
O diário da catadora de papel Carolina Maria de Jesus deu origem à este livro, que relata o cotidiano triste e cruel da vida na favela. A linguagem simples, mas contundente, comove o leitor pelo realismo e pelo olhar sensível na hora de contar o que viu, viveu e sentiu nos anos em que morou na comunidade do Canindé, em São Paulo, com três filhos.
4. O Segundo Sexo
O segundo sexo foi publicado originalmente em 1949 e consagrou Simone de Beauvoir na filosofia mundial. A obra, no entanto, não ficou datada e tornou-se atemporal e definitiva. Este boxe traz a divisão original em dois volumes. No primeiro volume, a autora aborda os fatos e os mitos da condição da mulher numa reflexão fascinante. Já no segundo, Simone de Beauvoir analisa a condição da mulher em todas as suas dimensões: sexual, psicológica, social e política. Uma obra fundamental, que inaugurou um novo modelo de pensamento sobre a mulher na sociedade.
5. Mulheres, Raça e Classe
Obra clássica de Angela Davis, o livro "Mulheres, Raça e Classe" se mostrada cada dia mais atemporal. O enredo trata de assuntos como a opressão, antigas lutas anticapitalista, antiescravagista, antirracista, feminista e todos os dilemas que as mulheres convivem ainda hoje. Angela enfatiza os efeitos da escravidão nas relações ao longo do tempo e como é difícil acreditar em uma sociedade que desconsidere a centralidade da questão racial, principalmente quando se fala em mulheres negras.
6. Eu sou Malala
Quando o Talibã tomou controle do vale do Swat, uma menina levantou a voz. Malala Yousafzai recusou-se a permanecer em silêncio e lutou pelo seu direito à educação. Mas em 9 de outubro de 2012, uma terça-feira, ela quase pagou o preço com a vida. Malala foi atingida na cabeça por um tiro à queima-roupa dentro do ônibus no qual voltava da escola. Poucos acreditaram que ela sobreviveria. Mas a recuperação milagrosa de Malala a levou em uma viagem extraordinária de um vale remoto no norte do Paquistão para as salas das Nações Unidas em Nova York. Aos dezesseis anos, ela se tornou um símbolo global de protesto pacífico e a candidata mais jovem da história a receber o Prêmio Nobel da Paz. Eu sou Malala é a história de uma família exilada pelo terrorismo global, da luta pelo direito à educação feminina e dos obstáculos à valorização da mulher em uma sociedade que valoriza filhos homens.
Versi Têxtil deseja a todas as mulheres determinação e força para que continuem conquistando todos os seus direitos e tornando o mundo um lugar melhor.
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