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Elegância nos detalhes: a trajetória e o olhar apurado de Déborah Avelar para a moda masculina contemporânea

Há profissionais que entram na moda; e há outros em que a moda sempre esteve presente, desde o primeiro olhar. Com Deborah Avelar, personal stylist, consultora de imagem masculina e ex-aluna de Ney Versiani — fundador deste blog e referência acadêmica na formação de talentos em moda —, a história começa ainda na infância, quando escolher o que vestir já era um exercício de sensibilidade, autenticidade e poder de decisão.


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Foto: Acervo Pessoal - Deborah Avelar

O que começou quando criança, com participação em desfiles das lojas da sua cidade natal, evoluiu para uma curiosidade exacerbada pelo universo da estética, da construção de imagem e, mais tarde, para um mergulho profundo na moda masculina — um território que ela viu florescer e que continua transformando com seu trabalho. Hoje, uma década após seu início, Deborah se consolida como um dos nomes mais relevantes no posicionamento de imagem masculina, unindo técnica, comportamento, cultura e um olhar impecável para aquilo que realmente diferencia um homem elegante: o detalhe.


Uma trajetória construída pelo olhar atento e pela sensibilidade apurada

Deborah cursou Design de Moda na Universidade Fumec (2011–2014), onde se encantou por todas as áreas da graduação. Mas foi em Madrid, no curso de Personal Shopper do Istituto Europeo di Design (IED), que sua percepção se transformou de vez. Foi lá que ela notou algo aparentemente simples, mas que mudaria seu caminho: os homens se vestiam melhor do que as mulheres.

Essa constatação despertou uma pergunta — e, mais tarde, uma carreira. Ali ela percebeu o rigor da alfaiataria europeia, o respeito aos códigos de vestimenta, a valorização dos tecidos e o protagonismo do acabamento: pilares que até hoje fundamentam sua atuação.


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Foto: Acervo Pessoal - Deborah Avelar


Ao retornar ao Brasil, iniciou-se como estilista de marcas masculinas, atendeu amigos, ganhou indicações e, naturalmente, viu seu trabalho convergir para a consultoria de imagem, onde encontrou propósito e impacto real na vida de seus clientes.

“Hoje, sigo com o mesmo propósito: ajudar homens a se posicionarem com autenticidade, elegância e propósito através da imagem”, afirma.


A moda masculina como território de detalhes — e de transformação

Para Deborah, o que torna a moda masculina tão fascinante é justamente sua aparente limitação. Se o guarda-roupa feminino oferece infinitas possibilidades, o universo masculino exige precisão: o corte, o tecido, o caimento, o brilho do sapato, o relógio certo. É nesse microcosmo que ela encontra riqueza.


Nos últimos anos, ela observa um crescimento expressivo nesse mercado. O homem volta a se interessar pela própria aparência — um movimento que resgata, em certa medida, o protagonismo que já foi dele em épocas passadas, quando eram eles que ditavam tendências com saltos, perucas e brocados.

Hoje, essa retomada aparece nas passarelas, nos tapetes vermelhos e no consumo. A moda masculina deixou de ser o “primo simples” da moda feminina para se consolidar como território de estilo, tecnologia, inovação e sofisticação.


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Foto: Acervo Pessoal - Deborah Avelar


O que significa vestir-se bem? Coerência entre ser e parecer

Deborah é categórica: vestir-se bem não é sobre comprar roupas bonitas; é sobre autoconhecimento. O homem verdadeiramente elegante é aquele que sabe quem é e o que deseja comunicar antes mesmo de falar.

Aqui entramos no campo da comunicação não verbal — um dos pilares de seu trabalho. A roupa se torna linguagem; o tecido, mensagem; o caimento, argumento visual. A elegância masculina contemporânea nasce dessa coerência entre identidade e aparência. E quando existe coerência, existe autenticidade.


Os erros que mais comprometem a imagem masculina — e como evitá-los

Segundo Deborah, o erro mais comum é a falta de autenticidade. O "efeito manada" — o look que todo mundo usa — ainda domina guarda-roupas masculinos. A consequência é um visual seguro, porém sem personalidade.


Outro erro recorrente é o descuido com o caimento e com a adequação ao contexto: ternos largos, barras por fazer, camisas apertadas, combinações inadequadas. Para a consultora, o caimento é o que mais revela sofisticação. A saída? Autoconhecimento e intenção. O homem que sabe quem é se veste com confiança — e não precisa imitar ninguém.


Consultoria de imagem masculina: estratégia, técnica e transformação

Se engana quem pensa que a consultoria de imagem é apenas sobre roupas. Com Deborah, o processo envolve:


• leitura completa do cliente – rotina, profissão, objetivos, personalidade

• estratégia de estilo – unindo aparência, comportamento e comunicação

•  limpeza e mapeamento do guarda-roupa

•  personal shopper estratégico

•  experiência em alfaiataria

•  montagem de looks e educação visual


O que mais surpreende seus clientes é perceber que a consultoria transcende o vestir: é sobre clareza, posicionamento e identidade.


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Foto: Acervo Pessoal - Deborah Avelar / A personal stylist ao lado de um dos seus clientes, Rodrigo Silva.


Alfaiataria, luxo e técnica: parcerias que constroem narrativas visuais

Trabalhar com alfaiates e marcas de luxo permite personalização, precisão e storytelling através das peças. Mas Deborah faz questão de ensinar que comprar bem independe do preço. Existe boa modelagem em loja de departamento e peças questionáveis em marcas luxuosas.


O segredo está no repertório técnico: entender o tecido, o toque, a construção, o corte — conhecimentos que qualquer leitor deste blog sabe que são a base do bom vestir.


Tendências atuais: tecnologia têxtil, alfaiataria leve e o retorno dos tons terrosos

Para ela, o movimento mais forte da moda masculina atual é a valorização dos tecidos tecnológicos: peças que respiram, não amassam, têm toque suave e mantêm o conforto sem sacrificar a elegância. É a resposta perfeita para um homem que quer se vestir bem, mas vive na correria.


Outras tendências que ela destaca incluem: alfaiataria leve, desconstruída e funcional

tons terrosos e neutros foco absoluto nos detalhes: sapatos, texturas, sobreposições, modelagens,etc;


Adaptar essas tendências ao dia a dia exige coerência — não adesão cega. O estilo é consequência da identidade, não do algoritmo.


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Foto: Acervo Pessoal - Deborah Avelar


Por onde começar a evoluir a própria imagem?

O conselho de Deborah é direto: comece entendendo que imagem é estratégia. Ela comunica antes de você falar.


Depois, procure conhecer a si mesmo: rotina, objetivos, personalidade. Com isso claro, invista no básico bem feito: boa modelagem, caimento impecável, tecidos de qualidade e cores favoráveis. Os detalhes vêm depois.


E, quando necessário, busque um profissional. Afinal, imagem não é sobre roupas — é sobre traduzir quem você é.


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