Foto: Linha "Feel the Nature" de chinelos da marca portuguesa Cubanas.
Sendo o algodão o maior vilão das matérias primas por consumir muita água (cerca de 20 mil litros de água pura para uma camiseta ou par de calças) e necessitar de grandes quantidades de uso de pesticidas, opções como fibras feitas a partir de sobras de frutas e plantas vem trazendo uma perspectiva de dias melhores, sendo uma delas a fibra do coco.
O Brasil é um dos maiores produtores de coco do mundo, para 10 quilos de fibra é necessário cerca de 1000 cascas de coco. A fibra de coco, também chamada Coir, provém do coqueiro comum (cocus nucifera). Os coqueiros são plantados na Índia desde a antiguidade, onde também é chamado de “Árvore do Bem-Estar” ou “Árvore do Céu”. Desde 1840 o plantio é feito em grande escala, sendo a Índia a maior produtora de coco no mundo, além de possuir uma cultura milenar na produção de fibras de coco para produção de artefatos.
No passado, a casca de coco (fonte da fibra) era tratada como lixo ou material residual, mas com a evolução dos conhecimentos técnico-científicos esse material passou a ter várias utilidades. As características da fibra, como coloração uniforme, elasticidade, durabilidade e resistência à tração e à umidade oferecem muitas possibilidades de utilização como matéria-prima natural para a indústria.
O coco leva sete meses para amadurecer e sua colheita é feita quatro ou cinco vezes ao ano. O fruto inteiro é envolto numa casca externa onde encontra-se a camada de fibras com 3 a 5 centímetros de espessura. A casca é desmanchada em vários pedaços e passam várias semanas em uma mistura de água doce com água do mar com o objetivo de tirar o excesso de óleo e amolecer a fibra, onde são esmagados. As fibras são batidas e trituradas, sofrendo uma separação de fios seguido da peneiração, as fibras são separadas e classificadas (longas ou curtas), com o auxílio de peneiras de aço inoxidável.
Suas aplicações são diversas, atendendo o mercado de decoração (tapetes, vasos de plantas, cortinas, almofadas e mantas), revestimentos (banco automobilísticos) e moda (mercado de acessórios e sapatos).
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